(Por Antenor Emerich)
O Brasil foi
considerado descoberto em 1500, século 15.
Jacinto Machado foi
considerado município em documentos assinados em 21 de julho de 1958. 450 anos
depois da descoberta do Brasil.
A COOPERJA foi
fundada em 30 de agosto de 1969.
Temos que
considerar os fatos.
A Revolução Industrial
aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a
transição entre feudalismo e capitalismo. Responsáveis pela revolução está, a
substituição do modo doméstico de produção pra o modo fabril, e seu enorme
impacto sobre a estrutura da sociedade da época, culminando na ascensão do
capitalismo e da burguesia européia, em detrimento do feudalismo. A revolução
burguesa começa no século 17.
A revolução
industrial com sua aclamada tecnologia começa a produzir espólios negativos.
Centenas de pessoas são substituídas por grandes teares. A Europa se avolumava
em população e comércio. Mas, velhos hábitos não poderiam mais coexistir com o
progresso. Multidão, e pouca higiene, redundaram em pestes terríveis que
assolaram a Europa.
A peste Bubônica, ou
peste negra, assola a Europa por séculos e dizimou entre 25 e 75 milhões de
pessoas, sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da
realidade é de 75 milhões, um terço da população da época, e todo um conjunto
de fatores e eventos ocorridos no século XIV e que aceleraram a decadência do
feudalismo e o fim da Idade Média na Europa Ocidental e toda a Crise do século
XIV.
Tomada pelo caos, a
sociedade resolveu tomar providências, o que gerou a necessidade do
desenvolvimento de tecnologias e de encontrar os lendários novos mundos.
Neste cenário,
entre a peste negra e a revolução industrial, está a Gestação da América Latina
e do Grande Português, o Brasil. Rejeitados e aventureiros de toda sorte, e
homens à procura de melhores oportunidades, lançam-se para além mar com
revigoradas esperanças. Nossos ancestrais, oriundos de todas as regiões
européias. Homens rudes, mulheres sem destino e famílias de miseráveis, e
burgueses ambiciosos, ávidos por voltarem ao Velho Mundo, respeitados e
adornados do ouro e das pedras preciosas, que sabiam abundantes nas terras
Tupiniquins.
O Brasil é tomado por
saqueadores, que levam todo o ouro e todo o pau-brasil que encontram. A
situação não fica pior porque a crise se agrava em Portugal e a Família Real se
vê forçada a imigrar para o Brasil, trazendo consigo a necessidade de defender
suas terras. O Brasil é então dividido por capitanias hereditárias. Essas
capitanias são repartidas por venda, posse ou herança. Tendo vigorado, sob
diversas formas, durante todo período colonial, do início do século XVI até ao
século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês de
Pombal, em 1759 (a hereditariedade foi abolida, mas a denominação capitania
não).
A capitania de
Santana foi uma das quinze capitanias hereditárias em que foi primeiramente
dividido o Brasil. Pertencia ao donatário Pero Lopes de Sousa e possuía 40
léguas. Começava grosso modo, na
divisa litorânea dos atuais Estados de São Paulo e do Paraná, e se estendia até
Laguna (Santa Catarina). Era limitada a oeste pela linha do tratado de
Tordesilhas, e a leste pelo Oceano Atlântico. Era a capitania que estava
localizada mais ao sul do Brasil. Como pertencia aos sucessores de Pero Lopes
de Sousa, os mesmos que detinham a Capitania de São Vicente desde o litígio
Vimieiro-Monsanto, foi a ela incorporada e pelos vicentinos desbravada e
colonizada, tendo como conseqüência o surgimento de São Francisco do Sul e
Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), entre outros núcleos de
povoamento.
A Capitania de
Santa Catarina foi criada em 11 de agosto de 1738 nos territórios mais
meridionais da Capitania de São Paulo. O governo foi oficialmente instalado em
7 de março de 1739, sendo o primeiro governador José da Silva Pais.
Em 28 de fevereiro
de 1821 torna-se uma província, que viria a ser o atual estado de Santa
Catarina com a Proclamação da República. 148 anos antes da fundação de Jacinto
Machado.
A revolução
industrial da Europa não Chegava à América Latina, pior, toda a revolução
social e cultural também não se despachava hemisfério abaixo. Questões
filosóficas, o distúrbio religioso e político, a negação católica, nada disso
fazia furor nas rodas sociais burguesas do Brasil. Então, o Brasil se formava
ainda de um povo afoito por terras e riquezas, o que determinaria sua posição
na escala social burguesa, e que não se importava com as revoluções no velho
mundo deixado para trás.
Muito calo e
ambição e pouca cultura e filosofia. O que torna o brasileiro um povo um tanto
rude. Mas, libertário, e se nega às vozes do império e entra de vez na luta
pela instalação da República do Brasil. O que torna Santa Catarina uma das 27
unidades federativas do país, localizada no centro da Região Sul. É o vigésimo
maior estado da nação, o décimo primeiro mais populoso, além de ser o nono mais
povoado com 293 municípios.
O primeiro
governador do estado de Santa Catarina, nomeado por Deodoro da Fonseca, foi o
tenente Lauro Severiano Müller. Mais tarde confirmado pela constituinte de
1891, foi logo deposto com a saída de Deodoro. Uma vez deflagrada, a revolução
federalista do Rio Grande do Sul, teve pronto reflexo em Santa Catarina, que
foi palco de numerosos episódios da revolução federalista, sendo Desterro
proclamada capital provisória da república.
Em 17 de abril de
1894, uma esquadra ali aportava e ocupava a cidade. Pouco depois, o coronel
Antônio Moreira César assumia o governo do estado. Em seguida é eleito o
governador Hercílio Luz. Nessa ocasião, a capital do estado passou a chamar-se
Florianópolis. O domínio político, então, não era mais exercido exclusivamente
pelas famílias tradicionais do litoral, mas dividido com figuras influentes do
planalto e descendentes de imigrantes. Durante este período ocorreu um dos
conflitos mais importantes, devido às suas proporções, do país, a chamada
Guerra do Contestado. As discussões políticas chegam ao sul e ideais de
liberdade tomam de assalto imigrantes e descendentes.
***
Santa Catarina
Inteiramente ao sul
do Trópico de Capricórnio, localizado na zona temperada meridional do planeta,
o estado possui clima subtropical. Estas condições variam de acordo com o
relevo regional, sendo que no oeste e planalto serrano é relativamente comum a
ocorrência de geadas e neve, enquanto no litoral o clima é mais quente podendo
atingir altas temperaturas durante a temporada de verão.
Em termos
históricos, sua colonização foi largamente efetuada por imigrantes europeus: os
portugueses açorianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram
o Vale do Itajaí, parte da região sul e o norte catarinense em meados do século
XIX, e os italianos colonizaram o sul do estado no final do mesmo século.
Assim, de acordo
com o Atlas escolar do Estado de Santa Catarina, de 1921 a 1930, imigrantes
italianos e lusos em grande leva e, em menor escala, um fluxo migratório de
imigrantes poloneses e germânicos, descem o litoral em direção do extremo sul
do estado. Formariam os primeiros ocupantes do pedaço de chão que é hoje
Jacinto Machado.
A área pertencia
primeiramente a quatro latifundiários, João da Silva Córdova, Antonio Manoel
Boeira, Martinho Ghizzo e Maria Monteiro de Guimarães e Cunha. Nenhum deles
residia na localidade e receberam as terras do governo como pagamento pelos
serviços prestados para o Governo do Estado da época. Parte dessas terras foi
tomada por posseiros imigrantes e outras compradas ou trocadas por mercadorias.
A maior área era a de Martinho Ghizzo, na região dos Pinheirinhos. Nesta
região, entre 1921 e 1931, imigrantes liderados por João Eugênio Tuon,
invadiram as terras e Martinho Ghizzo contratou capangas para expulsa-los,
gerando conflitos violentos e morte. Os capangas acabaram mortos pelos
posseiros que expulsaram Ghizzo da Região. Formava-se a primeira colônia que
vira distrito Volta Grande.
Em 11 de outubro de
1930, torna-se Vila em 31 de março de 1938 e, finalmente, município, pela lei nº
348 de 21 de junho de 1958.
O Primeiro Prefeito
foi Laerte Spinola Lisboa, encarregado da administração do campo agrícola.
O desenvolvimento
industrial da região parece mesmo ter começado a partir de madeireiras, tafonas
e olarias. E, segundo, o Pe. Herval Fontanella, no Livro “Jacinto Machado –
Capital da banana”, em 1925, foi construída a casa comercial em Volta Grande,
Nicolau Trevisol, então gerente da Cooperativa em Rio Caeté. Estava firmada a
cepa do cooperativismo no município.